Conhecimento e Informação

Começo a postar no meu novo blog. Acho que nada é mais importante em qualquer começo do que uma boa definição, certo? Para tal peço emprestado um sábio artigo do Pensar...


Conhecimento no grego vem de gnosis que pode ser traduzido como "saber" ou "ciência", mas tem uma variável gnômê que pode ser traduzido como "juízo" "opinião", "conselho", "parecer", "acordo", etc. Conhecer é apropriar-se do congnocível, absorver parcialmente ou plenamente (sendo aqui idealista) um objeto ou o outro, o que está fora ou dentro dos limites de nossa observação. Conhecer no hebraico é "Yadá" que está ligado a "intimidade" esta palavra as vezes é usada com conotação sexual, dando a idéia que conhecer é transpor o véu do desconhecido, é entrar no outro, é penetrar a realidade desconhecida. Porém, quando se diz "conhecimento" trata-se do produto do ato de conhecer. Conhecer é a relação, conhecimento é o seu produto, porém está implícito no ato de conhecer que não há conhecimento passivo, este está diretamente ligado ao "ato de conhecer", e não é possível assim "receber conhecimento", o que é possível é conduzir ao conhecimento, mas esta está sempre ligada a própria intervenção do sujeito ao objeto.

Informação é formada por três palavras in + formar + ação, poderíamos dizer que informação é uma ação de interiorizar a formação. Aqui parece que há mais um caráter passivo por parte do sujeito, neste caso se quer há relação direta do sujeito com o objeto, o sujeito tem acesso ao conteúdo, e é formado pelo dado pronto, de uma "relação" prévia e universalmente ou oficialmente aceita, e este recebe este produto pronto, acabado, sem inicialmente nenhuma possibilidade de autonomia no processo que se levou ao dado "informado".


Uma vez definidas as palavras chaves que utilizei para a criação deste blog, quero aprofundar no tema do conhecimento.  Mais uma vez tomo emprestadas as palavras de uma pessoa que entende do assunto (Valdemar W. Setzer): "Caracterizo que alguém tem conhecimento quando pode efetuar associações de conceitos baseadas em uma vivência pessoal dos objetos envolvidos. Pode-se ler bastante sobre Paris, obtendo-se assim, nessa caracterização, informações sobre essa cidade. Mas conhecimento sobre ela só se obterá visitando-a pessoalmente. Conhecimento é, portanto, totalmente subjetivo (cada um tem uma vivência diferente), e envolve pragmática. Nessa conceituação, é impossível transmitir conhecimentos. Recordando, em geral o que se transmitem são dados, que podem eventualmente ser incorporados como informações – e não como conhecimentos – pelo seu receptor. Voltando ao exemplo da temperatura do ar fora de casa, a primeira pessoa, ao sair dela para experimentar qualitativamente a temperatura, teve uma vivência. Portanto, ela adquiriu um conhecimento da temperatura do ar exterior. Quando ela volta à casa e conta a uma outra pessoa se está frio ou quente lá fora; essa outra pessoa obteve uma informação.

Para resolver a questão de conhecimento de áreas puramente intelectuais, como a história, em que não é possível ter vivências das coisas passadas há centenas de anos, considero que existe uma memória universal. O historiador, ao se embrenhar profundamente no estudo dos fatos passados, entra em contato com essa memória, adquirindo por meio dela uma vivência conceitual daqueles fatos. Não vou alongar-me nisso por falta de espaço. Do ponto de vista de áreas técnicas, essa caracterização de conhecimento como exigindo uma vivência prática da realidade funciona perfeitamente."



Fontes: pensarigor & Valdemar W. Setzer

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